Eliana Printes no Tom Jazz – Resenha

Eliana Printes, uma diva “Amazônica”

“O chão tremeu”, gritou uma moça desinibida no Tom Jazz, na noite paulistana de sexta-feira, 20.
É que Eliana Printes tinha cantado “A Distância” (Roberto e Erasmo Carlos). Os murmúrios calaram, os goles secaram,
alguns choraram.Uma interpretação doída como a letra, pungente.
Ah, que voz! Do Amazonas para a nossa MPB, aquela escondida, descoberta por muitos – mas ainda poucos.Porque o Brasil todo merece ouvir Eliana.

No show “Cinema Guarany”, título do novo CD, produzido por ela e Adonay Pereira, a voz belísima, precisa,poderosa, vai passeando por João Donato em “Amazonas”, por uma pérola adormecida de Milton Nascimento e Fernando Brant (“Pra eu parar de me doer”, um hino à amizade, bonito de chorar) e uma surpresa que me emocionou – o arranjo delicioso (essa é a palavra) de “Quando a Cidade Dorme” (“Mas não dorme a minha dor”), gravada por Renato e seus Blue Caps, do versionista-mor Rossini Pinto (quem ouvia rádio lá pelos anos 70, quando o locutor dava o crédito dos compositores, Rossini era um dos nomes mais ouvidos. A gente ouvia a canção e o cara dizia que era dele,do Rossini, assim como Getúlio Côrte…mas o tempo passou e agora a gente vai no Google e edescobr de quem é a música).

A banda ótima é formada por Julinho Teixeira (piano), Tuca Alves (guitarra), Sergio Nacife (bateria),Francisco Falcon (baixo) e Adonay (violão).
O que dizer da interpretação de “Pais e Filhos” (Renato Russo/Dado Villa-Lobos/Marcelo Bonfá)? outro momento pra levitar no show.
Conheci Eliana apresentada por Flávio Paiva. Eu nem sabia, e fiquei agradavelmente surpresa, ao saber que ela cantava “Cor de Sonho” nos shows.
Em seu disco “Pra Lua Tocar”, gravou minha balada-rock “Crepúsculo de uma Deusa”. Já dividimos o palco duas vezes para cantar essa música – no Tom Jazz foi a segunda, sem ensaio, de susto bom! Outro presente da Eliana, sempre com sua rara generosidade. E convidou ao palco também Kleber Albuquerque, de quem gravou “Os Presentes”. Era a rainha com seus súditos, a platéia na mão, fãs que Eliana foi conquistando desde o Amazonas até o Rio, sua morada. E que os palcos sejam a sua estrada, com sua voz fazendo o que só a música faz com a gente.

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