IMPRENSA

Fotos por Emir Pena

Fotos por Fernando Schubach

Discografia

Release do cd Tudo em movimento

Por Jean Wyllys

tudo-em-movimento-thumb-miniA cantora e compositora amazonense Eliana Printes é uma daqueles vozes do Brasil profundo – forjada na periferia cultural do país – que surpreendeu o “sudeste Maravilha” (o ainda centro da indústria cultural brasileira) entre o final dos anos 90 e o início dos anos 2000.
Contralto afinada – sem apelar a exibicionismo vocal – e dona de um timbre singular que a distingue em meio ao burburinho de novas vozes femininas iguais entre si, Eliana Printes ainda é uma intérprete inteligente e de rara sensibilidade – daquelas que, ao gravar uma composição alheia, mesmo uma já bastante conhecida, apropria-se da canção como se fosse sua, ressaltando, nesta, aspectos antes despercebidos.
Por exemplo, suas interpretações para “Canto das três raças” e para “Só vou gostar de quem gostar de quem gosta de mim” – gravadas primeira e respectivamente por Clara Nunes e Roberto Carlos – são memoráveis porque recriadas com a sua marca: uma tapeçaria musical tecida com os fios da música de raiz dos povos da floresta; do cancioneiro popular e radiofônico que compõe a memória afetiva de quem nasce e se cria no norte e nordeste do Brasil e com os fios da MPB mais sofisticada e prestigiada pelos cânones – uma tapeçaria musical encantadora por apresentar diferentes e lindos desenhos.
Mas foi com “Os presentes”, de Kleber Albuquerque, gravada em seu terceiro disco, que Eliana Printes tomou, de assalto, as rádios de todo país. “Que presentes te daria?”, ela perguntava nos primeiros versos dessa canção quando o verdadeiro presente em questão era a sua voz; a sua existência para um número maior de brasileiros…

Não por acaso Printes escolheu, como título de seu novo disco (este que ora vos apresento), a expressão “Tudo em movimento”. Sim, nada neste mundo está parado mesmo quando parece estar. Há o movimento dos barcos, o movimento dos astros; os movimentos estéticos e musicais não desapareceram e a juventude em movimento voltou a se manifestar nas ruas… Eliana Printes saca tudo isto, mas se concentra no movimento de um sentimento que está no fundamento de todo movimento humano: o amor.
E para expressar isso, oferece-nos um repertório de músicas inéditas e regravações elaborado com rigor e primor. Há, nele, por exemplo, a poesia urbana de “Se tudo pode acontecer” (Arnaldo Antunes, Paulo Tati, Alice Ruiz e João Bandeira), que, ao contar com a participação especial de Isabella Taviani, remete também à relações afetivas em tempos de reivindicação pelo casamento igualitário – uma pérola cujo brilho ainda é ressaltado pelas guitarras de Tavinho Menezes.
Na releitura de “Congênito”, de Luiz Melodia, Eliana Printes divide os vocais com o próprio compositor. É evidente a intimidade da intérprete com o universo de Melodia, de quem ela já havia gravado “Salve linda canção sem esperança” – intimidade ressalta pela gaita de Milton Guedes, que também participa na inédita “Gêmeos de nome”.
Destaco ainda, no repertório, “La Condessa” (Ribamar Vaz, Ricardo Bezerra e Soares Brandão), em que Printes aparece acompanhada de um quarteto de Cordas formado por músicos da Orquestra Sinfônica de Potsdam, Alemanha.
Produzido pela própria cantora em parceria com Adonay Pereira, que também assume os arranjos juntamente com Julinho Teixeira, “Tudo em movimento” é o presente diferente de uma cantora e compositora talentosa a uma cena musical brasileira que não pára. Desde que o ouvi, sigo junto com ele. Convido-vos a seguir também porque o tempo não pára mesmo… Nem o amor. Obrigado, Eliana Printes!

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Release do cd Cinema Guarany

Cinema Guarany possui uma atmosfera envolvente e uma sonoridade naturalmente acústica que se ajustam perfeitamente ao contexto e a contemporaneidade de suas canções. Gravado com  piano acústico, baixo e bateria, o CD Cinema Guarany é um trabalho vigoroso, cheio de emoção, com um olhar que aponta com delicadeza para a nova música brasileira.

Com uma formação minimalista gravado ao vivo em estúdio O CD Cinema Guarany tem dez canções, oito inéditas, sendo seis da própria Eliana em parceria com Adonay Pereira . duas também inéditas Festa de Sergio Souto e Poema de Rubéns Lisboa duas releituras; Não fico mais sem teu carinho de Roberto Correia e a famosa canção “Amazonas” (João Donato e Lisyas Ênio).. Com destaques para a faixas “A cidade e o luar” e “Anjo de prata” Estou bem de (Eliana Printes e Adonay Pereira), “Festa” Sergio Souto


O CD tem duas versões para a capa. Você pode encontrá-lo nas duas formas nas lojas, o repertorio é o mesmo.
A concepção é da própria e produção de Adonay Pereira e Eliana Printes

Cinema Guarany é também uma homenagem ao Cine Theatro Guarany (antigo cinema de rua da minha cidade e a todos os cinemas de rua do Brasil que também foram demolidos). Fica assim a reflexão para que não se apague, em nome do progresso, obras importantes para a arquitetura e a história das cidades brasileiras.

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Release do CD Mais Perto de mim

Por Rodrigo Sabatinelli
capaLogo que estreou no mercado fonográfico, a cantora Eliana Printes conquistou a admiração de público e crítica. Também pudera. Com uma voz marcante, de personalidade ímpar, ela se distanciou das demais cantoras de sua geração e deu adeus ao lugar comum que, eventualmente, elas desembocavam.

Com talento nato para emocionar, fruto de suas indiscutíveis interpretações, Eliana construiu um sólido caminho e chega agora ao sexto CD de carreira com a maturidade e o equilíbrio de uma veterana, sem deixar de lado o frescor e o encanto de uma principiante.

Mais perto de mim, álbum com características acústicas, a deixa numa posição bastante confortável para o canto, mas também abre portas para que o público a reconheça ainda mais como compositora. No trabalho, que foi produzido em parceria com Adonay Pereira e Armando Prado Mendes, a cantora não economizou criatividade e assinou boa parte de suas faixas.

“Venha Ser Meu Sol”, a primeira de tal legado, é de tamanho alto astral que soa como boas vindas para quem a ouve. Tanto que seu clima positivo foi registrado pelas lentes do cineasta alemão Wim Wenders, para o filme Nokia Music Recommenders, rodado no Rio de Janeiro.

“Por Onde?”, de Kleber Albuquerque e Táta Fernandes, é singela. Sua harmonia é composta apenas de um violão, que divide as atenções do ouvinte com uma delicada guitarra e, claro, com a voz doce de nossa diva.

“Se Chovesse Você”, outra dela e de Adonay, dessa vez com o poeta Eliakin Rufino, conta com a participação especial do cantor Chico César em inspirada interpretação. Mas é em “Que Amor é Esse” que a cantora dá um belo show, respaldada pelo piano acústico executado com maestria por Julinho Teixeira.

“No Ouvido”, outra de sua autoria, quebra o clima e funde a bossa nova com o Drum ‘n bass priorizando, claro, o formato acústico, enquanto o samba “Força e Elegância”, de autoria de Aricia Mess, traz um arranjo que valoriza a guitarra com trêmulo, efeito muito utilizado por músicos da década de 70 – a Era Disco.

“Quando você Passa Por Mim”, mais uma de Eliana e Adonay, vence pela participação especial de Pedro Luis, líder do grupo A Parede. Essa, aliás, é a escolhida para ser o carro-chefe do álbum. E “Um Antigo Amor” traz de volta a leveza inicial do disco. Com arranjo marcado por violões e por uma caixa de bateria tocada com vassourinha, ela se faz em dinâmicas e climas.

“Velho Realejo”, uma valsa de autoria de Custódio Mesquita e Sadi Cabral, ganha releitura com acordeom, piano, baixo acústico e bateria, instrumentos que se encaixam perfeitamente na voz emocionada da cantora. Assim como “Se Fosse Eu”, de Eudes Fraga e Carlos Henry, que aparece com arranjo somente para violão e violoncelo. “Santa Padroeira”, escrita pelo hitmaker Antonho Vileroy, fala da força da mulher, sua fé e homenageia a padroeira do Brasil, Nossa Senhora de Aparecida.

A tampa de Mais perto de mim é fechada com três faixas bônus, versões remix de “Força e Elegância”, “No Ouvido” e “Quando você Passa Por Mim”, produzidas por Armando Prado Mendes e Pablo Gregor. Gravado no Estúdio Companhia dos Técnicos, no Rio de janeiro, mixado nos Studios Mega, também no Rio, com faixas bônus produzidas no Par Estúdio, em Madrid, Espanha, e masterizado por Ricardo Garcia no Magic Master, o disco promete marcar a virada na carreira de Eliana, um diamante escondido em nossa música.

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